sexta-feira, 5 de setembro de 2008

50 Anos de Bossa Nova!









50 anos se passaram e a Bossa Nova continua viva na memória não só dos brasileiros, como das pessoas do mundo todo.

Com um sucesso estrondoso, ela veio para modificar completamente o cotidiano do país. Ao som de batidas leves, tons românticos e rimas fáceis, a Bossa Nova tinha por objetivo mostrar o lado alegre da vida, falando de tudo um pouco: amor, praia, sol, mar, mulheres bonitas e sempre incluindo um banquinho e um violão.

Surgiu para revolucionar o início da década de 60, uma época de grandes mudanças para o país, principalmente no que diz respeito ao seu desenvolvimento e modernização. Brasília estava sendo inaugurada, o Brasil estava a todo vapor na área industrial e econômica, com o principal objetivo de seguir o Plano de Metas criado pelo Presidente Juscelino Kubitscheck: "50 anos em 5".

O consumo havia aumentado, principalmente para a classe média, e com o pós-guerra, a influência da cultura norte-americana começa a ferver em nosso país, com o marketing de um mundo melhor, atingindo em peso os jovens da época.

As músicas tristes e melancólicas, já não combinavam mais com esse novo país.
Roubando a cena, a Bossa Nova conseguiu então desbancar a moda das melodias tristes, dando lugar as belas e românticas canções da bossa, cuja principal inspiração surgia com as paisagens do Rio de Janeiro. Algo condenado por muitos revolucionários, que julgavam esse tipo de música como alienante: enquanto muitos passavam fome, jovens burgueses faziam músicas suaves e sem nenhum conteúdo político.


O compositor Roberto Menescal, um dos nomes da Bossa Nova, define bem o principal objetivo dela: "Nós éramos um grupo de jovens que procurava uma identidade musical, pois o que se tocava no Brasil no final dos anos 60, apesar de ser uma música bonita, bem feita, não era em absoluto uma realidade de uma geração mais solta, mais alegre, mais ligada à natureza do que a geração anterior que curtia a noite, as boates, os amores sofridos e cuja música refletia essas situações de seu dia-a-dia".

Assim como ele, outros cantores e compositores também foram responsáveis por essa grande mudança no balanço da música popular brasileira. Antonio Carlos Jobim, Baden Powell, Carlos Lyra, Os Cariocas, João Gilberto, Marcos Valle, Nara Leão (a musa da Bossa Nova), Paulo Sérgio Valle, Quarteto em Cy, Ronaldo Bôscoli, Sérgio Mendes, Toquinho, Vinícius de Moraes, Zimbo Trio, entre muitos outros músicos conhecidos, fizeram uma revolução no meio musical e cultural do país.


Sobre a exposição: "Bossa na Oca"

Com o objetivo de homenagear os 50 anos da Bossa Nova, a exposição elaborada por Carlos Nader e Marcelo Dantas, tenta reproduzir e passar ao visitante, o verdadeiro clima do que foi esse período. É uma oportunidade, inclusive, para quem não vivenciou essa época, sentir o porque de ser tão inesquecível para muitos, principalmente os saudosistas.

Apesar de contar com excelentes montagens, mostras de documentários e obras interativas, ela deixa um pouco a desejar com relação à acústica. O que seria prioritário para esse tipo de exposição, deixa o visitante um pouco frustrado. Não à toa, vi muitas pessoas se queixarem! Porém, mesmo com o som ruim, vale a pena conferir a exposição, principalmente com relação às obras citadas abaixo. Confira:

O Enorme Mar

Em um clima bem Bossa Nova, os visitantes podem deitar e relaxar diante do enorme sofá, ao som de grandes composições, tocadas por um DJ. Além de viajar em uma imagem hipnótica do mar, projetada sobre o teto da Oca.

O Reencontro

Genial!!
Em um palco, mas dessa vez com um banquinho e um piano, foi feita uma montagem com os grandes nomes da música brasileira e internacional, em projeções holográficas.
Elis Regina, Frak Sinatra, Vinícius de Moraes, Tom Jobim, Ella Fitzgerald, entre outros, são homenageados cantando “juntos” o grande clássico “Garota de Ipanema”. A projeção holográfica ficou tão bem feita que é possível ter a nítida sensação de que eles realmente estão no palco. Quem dera...

Clarão

Dirigido por Carlos Nader, esse documentário faz uma abordagem diferente sobre a Bossa Nova, indo além do que já conhecemos. O filme conta com presenças ilustres como: Nelson Motta, Tom Jobim, Caetano Veloso, Vinícius de Moraes, Chico Buarque, Hermano Vianna, entre outros.

A Praia

Para finalizar, recomendo uma caminhada pelo calçadão: a principal fonte de inspiração da Bossa Nova. Com areia legítima da praia de Copacabana, a montagem do calçadão é pensada nos mínimos detalhes, tem até pôr-do-sol...

Em cartaz:
Para quem não foi, ainda dá tempo de conferir a exposição, que vai até o dia 7 de setembro (domingo).

Horário e Local:

Data: 08/07 a 07/09

De terça a domingo, das 10 às 21h (terças-feiras gratuitas)

Local: Pavilhão Engenheiro Lucas Nogueira (OCA) – Parque Ibirapuera

Av. Pedro Álvares Cabral, s/n Portão 3

Preço: R$20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia)

Telefone: (11) 4003-2050

Um comentário:

Livia Rossato disse...

Su!!
Depois dessa postagem, eu estou com mais vontade de ir lá ver!! Está lindo!
Beijos!!