segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Crime passional,informações desencontradas e a dualidade humana


Afinal, o que aconteceu em Santo André? Alguém consegue me explicar como quatro jovens de 15 anos foram reféns de outro jovem de 22?O maior cárcere privado de toda a história do Brasil!100 horas! Por paixão, ciúmes, doença? O que será que aconteceu na cabeça de Lindenberg para fazer isso? Ele parecia um bom rapaz, que inclusive pagou as contas antes de render a sua ex-namorada e seus amigos enquanto estavam fazendo um trabalho escolar. Talvez, por ser tão certinho, por "engolir" todos os problemas, sua mente explodiu. E quem teve que sofrer as consequências? Eloá, apenas uma menina, uma criança. Vocês se lembram com 15 anos? Qual seria o mau que uma garota podia fazer para deixar Lidenberg tão enlouquecido? Uma mensagem de um amigo no celular? A adição do mesmo no Orkut? Que tipo de pessoa quer acabar com a vida da outra por isso? Sem dúvidas, Lindenberg sofre de um transtorno psicológico, onde Eloá se tornou a base de sua existência. Ele não poderia mais viver sem ela e se ela não o quisesse mais pagaria caro por isso. Com sua vida. Enquanto isso, a mídia tentava de qualquer maneira, através de repetição de imagens, de fontes e informações atingir o coração de todos os brasilieros que acompanhavam o caso. Mesmo quem não queria saber do assunto, foi informado. Para muitos, o trabalho dos meios atrapalhou as negociações. Era tudo o que passava na televisão, nos jornais no rádio. Na noite de sexta feira, quando o sequestro chegou ao fim, triste fim, e as duas meninas, Eloá e Nayara foram para o hospital, a bandnews se precipitou e disse por volta das 19h00 que Eloá já havia falecido, fato que somente ocorreu na noite de sábado para domingo. Muitos ainda disseram que Nayara, amiga fiel de Eloá que já havia sido libertada das mão do sequestrador, voltou para o cativeiro por ordens da polícia. E parece que não é essa a informação correta: a menina era autorizada a subir apenas dois lances de escada e entrou na casa, por conta própria, pela amizade com Eloá que já conhecia desde o ensino médio. O promotor do caso, assegurou que a integridade de Lidenberg estaria assegurada, mas o a garoto não queria integridade, liberdade. Não fazia nenhuma exigência. Ao contrário do que sua advogada diz, ele queria acabar com a vida da moça. Entrou na casa dela para isso. Como se matar, fosse se vingar do sentimento que ele mesmo produziu em sua mente e em seu coração. Parece que ele conseguiu o que queria. Mas, o que ele esquece, é que quem acabou com sua vida foi ele mesmo e de toda sua família. Quem sabe o que irá passar na cadeia? Ou no manicômio? Enquanto isso Eloá deu vida para outras seis pessoas com a doação de orgãos autorizada por seus pais. Eloá acabou em vida, e Lidenberg em uma vida morta, estrassalhada por sua mente mais do que transtornada. Nayara também, sai do hospital na 4a feira e se torna heroína por ter sido o anjo nos ultimos dias da querida amiga.

5 comentários:

Letícia Flores disse...

E eu que sempre ouvi que o amor era o mais nobre dos sentimentos...

André Ranieri disse...

Maior cárcere privado da história? Acho que essa informação precisa de um pouco de apuração.

Quanto ao acontecimento, não me atrai. É exatamente o que ocorre no filme Quarto Poder, passado tantas vezes na faculdade. A opinião pública precisa disso. João Hélio, Isabella e agora Eloá.

Qual caso será o próximo a alimentar a nossa fome por tragédia? Afinal, ver os outros na pior é muito bom para nossa auto-estima. Faz a gente se sentir melhor.

Moderador disse...

Eu achei a atuação da mídia tão violenta e nojenta quanto a da polícia.
Até que ponto a mídia tem o direito de intervir em casos como esse?
E até que ponto a polícia tem o direito de ficar parada, de não tomar atitude nenhuma?
Não tenho dúvidas que a falta de preparo e inteligência da polícia, aliada a falta de ética da mídia, contribuíram para este trágico final.

Moderador disse...

Eu achei a atuação da mídia tão violenta e nojenta quanto a da polícia.
Até que ponto a mídia tem o direito de intervir em casos como esse?
E até que ponto a polícia tem o direito de ficar parada, de não tomar atitude nenhuma?
Não tenho dúvidas que a falta de preparo e inteligência da polícia, aliada a falta de ética da mídia, contribuíram para este trágico final.

Livia Rossato disse...

Lamentável a atuação da mídia nos casos citados pelo André. Será que quem consome a notícia não percebe o mal que estamos alimentando? Como estudantes nós devemos repensar nosso papel social. Por que alguns casos ganham atenção 24h sendo que centenas de crimes acontecem diariamente?? Por que esses? E por que tanto? A gente está ajudando ou atrapalhando? Bom, que atrapalha nós sabemos que atrapalha, só lembrar que a D. Sônia Abrahão falou por telefone com o tal do ex namorado da menina!! Enquanto o negociador ficou lá, esperando o menino desocupar o telefone pra falar!! Essa nossa mídia às vezes tem cada uma...